Livro

Percorro a Fnac de ponta a ponta, a secção dos livros, é como íman, tenho de passar lá sempre - e na parte de fotografia também - posso não comprar nada, mas o simples tocar nos livros, ler algumas frases aqui e ali, deixa-me um intenso sabor doce e suave na alma - onde fica essa coisa? - no entanto, às vezes sinto-me em falta com os livros, por desfolhá-los e deixá-los na parteleira de novo, que acabo por comprá-los. Compro, sim, mas ler... leio um capítulo, mais um e outro, mas acabo sempre por deixá-los acumular na mesinha de cabeceira. Neste momento estão lá três. E não é porque são chatos ou de díficil leitura... é mesmo porque sim! Passado algum tempo, volto a olhar para eles, e tenho sempre de ler uns capítulos antes para me pôr a par do que se passou. A verdade é que sempre que acabo de ler um livro, toda a sua história se perde. Podem ficar algumas expressões ou sensações mas depois... puff! O título raramente permanece na minha memória - definitivamente, não tenho grande memória, não rima nem pela qualidade nem pela grandiosidade hehe - muito menos o autor. O livro que mais me empurrou para a leitura, tinha mesmo que chegar ao fim, foram alguns confesso, mas o último foi o "O Código da Vinci", isto porque a cada leitura encontrava algo de novo, inacreditávelmente interessante e ... e quando cheguei ao fim - "mas porque raio li isto tão depressa?" - apetecia voltar a ler tudo de novo.
Às vezes apetece-me sublinhar, riscar, apontar e sei lá... nos livros que leio, mas não consigo, gosto de os ver bem tratados apesar da minha vontade imensa de lhes dar vida, a bem ver, eu compro-os, leio, re leio, pouso-os na mesinha de cabeceira, guardo-os na estante... e depois? Alguns têm a sorte de serem emprestados, mas e os outros? Permanecem fechados na estante, de vez enquando lá os retiro e volto a pôr - para limpar o pó, digo-vos já - mas e depois?
Se eu fosse um livro, gostava de ser um em branco. Tamanho de bolso. Pronto a ser escrevinhado, rabiscado, desenhado, dedicado... e podia até viajar, isso sim era fantástico! Seria, portanto, um moleskine! Um "livro" com classe, hein?

Escreve!

"Hoje apetece-me escrever. Escrever até não mais poder. Libertar palavra a palavra, tudo o que tenho cá dentro. Tudo mesmo. De modo a que amanhã, depois de um sono descansado... mais leve de palavras, pelo menos, acorde e..." 08/Out/07

...e sei lá, hoje, 30/Mar/08 também me apetece escrever, sobre todos os assuntos possíveis. Mas isso não será possível pois mais minuto menos minuto, perco a vontade de estar aqui sentada e passo tudo isto para rascunho, rascunho esse que nunca ou quase nunca volto a editar. Serão apenas mais um conjunto de palavras que deixei perdidas por aqui!

Hoje, prometo que vou chegar ao fim. Ao fim deste post, quero eu dizer. O fim, no entanto existirá, não sei ao certo quando, mas virá. Isto lembra-me de falar da morte. Nunca tive, nem tenho medo de morrer. Tenho sim medo da morte daqueles que me são queridos, e mesmo os que são queridos dos outros, pois ponho-me sempre na sua posição - "ai e se fosse... o meu familiar, o meu amigo...". Funerais, sempre que posso fujo. Da última vez que fui a um - espero não ter de ir a outro tão cedo - pensei "e quando for eu?", estarão todos os meus amigos presentes, a família estará lá toda e irão de certeza falar sobre mim, alguns de lágrimas nos olhos, outros a fazerem-se de fortes, ou mesmo pensar que tudo aquilo não pode ser verdade ou num momento mais marcante que passaram comigo, a verdade é que eu fiz isso quando assisti ao funeral de um familiar meu.
Sinceramente, não quero nada disso quando for a minha vez... também não quero que façam uma festa - por muito que alguns assim o desejem :p - pois muitos não iriam perceber. Mas não quero que celebrem a minha morte, mas sim a minha vida, todos os momentos bons e mesmo os menos bons, mas nada de lágrimas, a não ser de tanto rir! E tudo o que têm a dizer sobre mim, digam agora enquanto cá estou, porque mesmo acreditando que haja algum género de vida depois da morte, sou capaz de não ouvir. Who knows!?

Isto leva-me para outro assunto. O dizer às pessoas que gostamos delas. Às vezes - muitas até - tenho necessidade de dizer que gosto muito de ti, sendo "ti" um número infinito de pessoas que gosto, mas que gosto mesmo! Com alguns anos de existência neste mundo, encontrei várias pessoas. Umas até me curtem, outras nem por isso, mas sei que aqueles que me rodeiam, devem gostar um bocadinho que seja e é a elas que digo "gosto muito de ti", no entanto à quem se sinta pouco à vontade quando se diz que se gosta dessa pessoa, de estar com ela, de falar com ela. Por isso e para diminuir a potência dessa expressão "gosto muito de ti", inventei à pressão o "gosti", algo leve em tom de brincadeira, mas que vindo de mim, é mesmo o que sinto, e não tenho vergonha ou medo de o dizer, se o sentir mesmo! Alguns dos meus amigos já devem estar habituados ao "Já te disse hoje que gosti???" "- gostiiii" outros até já adoptaram a expressão. :)

Ah e o abraço? Entre beijinhos e abraços, eu prefiro - mil vezes - um abraço. E sou um pouco suspeita pois por mim, cada vez que tivesse de cumprimentar alguém seria com um abraço, mas sinto muitas vezes que há uma tensão quando se abraça alguém, bem que a quem eu já dou abracinho sem senão, já sabe, mas às vezes apetece-me dar um abraço a um amigo mesmo que seja próximo, mas acabo por não o fazer, pois imagino logo a reacção menos negativa da pessoa. Abraçinhooooo é tão bom, experimentem, vá! :)

"Então e novidades?", como me faz comixão esta expressão... parece que a um certo ponto da conversa, que se fica sem assunto e pumba - "Então e novidades?". Confesso que é mais forte que eu, e também o digo. Mas quando me fazem esta pergunta, fico basicamente em branco e mesmo que tenha algo de novo para contar, puff... tudo desaparece e "não, não tenho novidades! tudo na mesma!". Erhhh sensação chata. Isso e o silêncio. Calma, não é o silêncio que às vezes parece música nos ouvidos, falo daquele silêncio que me perturba. O de quando estamos no carro, e ninguém fala. Como detesto essa situação... e passo esse momento a pensar no que poderei dizer para quebrar o gelo ou o que estarão as outras pessoas a pensar, para não proferirem uma palavra. Depois de pensar isso, passo para a fase 2, desligo-me do carro e começo a pensar na vida ou no que se passa fora do carro... seja o que for - as estrelas, o avião que passou, a chuva no pára-brisas, a paisagem que dava uma bela foto, o carro que ultrapassamos - enfim! É o único silêncio que me faz confusão.

Faz um ano, estava eu em Praga, maravilhosa cidade! Cidade que deixa saudades, muitas mesmo. Aquela vida de Erasmus, a liberdade de viajar, o campus, os amigos... todos os momentos que fizeram daquela experiência, um marco no livro da minha vida. Restam as fotos - 10 000 fotos - para recordar. E quando em Julho regressei, mal podia adivinhar que em Novembro, todo va a cambiar! E mudou. A vida mudou. Eu mudei - q.b. - para melhor, há quem diga, e outros esperam que mude mais! Pois é, acabou-se a vida de estudante - talvez a melhor fase da vida, mas que só nos apercebemos quando estamos na fase seguinte - e comecei a trabalhar. Feliz. Feliz, sinto-me por estar a fazer coisinhas que eu gosto, que são um mix de marketing/fotografia/internet com pitadas de design... estou no paraíso - cheguei já a pensar. O meu destino é a A3, fazendo todos os dias Porto-Braga-Porto, longe? dizem os sábios que "quem corre por gosto...", para quem não sabe estou agora no mundo da Construção Civil... mundo giro este!

E por agora... é quase tudo!